O Corinthians é o grande campeão do Paulistão 2025. Após vencer o Palmeiras por 1 a 0 no Allianz Parque na partida de ida, o time do Parque São Jorge empatou sem gols com o rival nesta quinta-feira (28), e conquistou o troféu após seis anos, em uma noite de público recorde na Neo Química Arena. Jogando com um a menos por quase 30 minutos, a equipe viu o goleiro Hugo Souza se tornar o herói da partida, defendendo um pênalti de Raphael Veiga no segundo tempo.
Com a taça conquistada em casa, o Corinthians chega ao 31º título estadual de sua história e amplia sua vantagem como o maior campeão do torneio. O time alvinegro comemora até domingo, quando entra em campo para sua estreia no Brasileirão, contra o Bahia, em Salvador, às 20h.
A torcida corintiana fez uma grande festa antes de a bola rolar e, apesar de o time ter a vantagem do empate, não hesitou em ir para cima do Palmeiras. Trabalhando bem a bola desde a defesa, os donos da casa buscaram ocupar o lado esquerdo do ataque e dificultaram a articulação das jogadas do rival com uma marcação cerrada no setor de meio-campo. O clássico foi marcado por um clima quente desde os primeiros minutos, com divididas fortes e discussões entre os atletas.
Com pouco espaço para trocar passes, o Palmeiras foi forçado a apostar em lançamentos longos para a correria de Vitor Roque, solução pouco eficaz diante da imposição física dos zagueiros Gustavo Henrique e Félix Torres. André Carrillo, que há dois dias esteve em campo com a seleção do Peru nas Eliminatórias, até poderia estar cansado, mas demonstrou disposição para caçar os adversários e levar o time à frente.
O técnico Abel Ferreira optou por escalar Aníbal Moreno na vaga de Richard Ríos, que ficou no banco após atuar pela Colômbia na Data Fifa, mas o argentino, assim como Emiliano Martínez, acabou ficando mais restrito à marcação, encostando pouco em Raphael Veiga para ajudar na criação. Estêvão até tentou se deslocar para o meio para dar mais dinâmica ao time palmeirense, mas sem eficácia.
Marcando muito forte, sem hesitar em fazer faltas quando necessário, o Corinthians teve a melhor chance da etapa inicial. Rodrigo Garro acertou a trave em um chute de fora da área, após Memphis Depay desvencilhar de dois marcadores com habilidade. O Palmeiras conseguiu encaixar a marcação ao longo do primeiro tempo e passou a ter mais posse de bola, insistindo em bolas aéreas — uma especialidade da equipe de Abel —, mas sem levar perigo ao goleiro Hugo Souza.
Sem condições de negociar o empate, o Palmeiras voltou para o segundo tempo sem alterações, mas adotou uma estratégia diferente, adiantando bastante a linha de defesa. A ideia foi dar mais liberdade para os laterais Mayke e Piquerez, deixando o volante Emiliano Martínez quase como um terceiro zagueiro. A mudança tática colocou a equipe de Abel Ferreira no campo adversário, rodeando a área rival. Por outro lado, o time ficou vulnerável aos contragolpes do Corinthians.
O time alvinegro foi empurrado para a defesa, e teve relativa dificuldade para neutralizar as chegadas do rival pelos lados. Contudo, manteve a solidez no miolo de zaga, dando pouquíssimas chances ao Palmeiras de finalizar contra a meta corintiana.
Aos 23 minutos, Vitor Roque finalmente recebeu uma bola em infiltração e sofreu falta por trás de Félix Torres na entrada da área. O árbitro Matheus Delgado Candançan, de 26 anos, marcou pênalti, gerando revolta nas duas equipes. O Palmeiras queria o segundo amarelo para o zagueiro, enquanto os corintianos pediam a revisão no VAR, alegando que a falta teria sido fora da área. Após cinco minutos de paralisação e com Abel Ferreira expulso, Raphael Veiga foi para a batida e Hugo Souza voou no canto direito para evitar o gol palmeirense. A defesa incendiou a torcida na Neo Química Arena.
Minutos após o pênalti, aos 35, a partida ficou tensa novamente, quando Félix Torres levou o segundo amarelo e foi expulso. O lance mudou totalmente a configuração do jogo, e o Corinthians se limitou a ficar na defesa. Nos minutos finais, o time alvinegro buscou gastar o tempo próximo à linha de fundo e o clima esquentou quando Depay fez uma gracinha e recebeu falta.
O jogo foi paralisado e a torcida aproveitou para fazer festa com fogos e sinalizadores. Após revisão no VAR, José Martínez e Marcelo Lomba, ambos fora do jogo naquele momento, foram expulsos. O árbitro, que já tinha dado sete minutos de acréscimos, deu mais dez. Na sequência, Yuri Alberto por pouco não abriu o placar após contra-ataque, com Weverton fazendo uma defesa à queima-roupa. O Palmeiras praticamente não teve chance de reagir devido ao excesso de fumaça provocada pela pirotecnia. Aos 106 minutos, o árbitro encerrou a partida e os torcedores, enfim, puderam gritar: "É campeão!"